Filosofia do possível

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quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

TODOS SOMOS UM POUCO ESQUIZOFRÊNICOS


TODOS SOMOS UM POUCO ESQUIZOFRÊNICOS

SEGUNDA PARTE

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Para compreendermos a origem dessa "esquizofrenização" da raça humana, principal responsável por essa crise existencial avassaladora, elegi empregar como principais referências, dois mitos importantes e iconográficos, de épocas diferentes, mas que ilustram e caracterizam de maneira clara e original os verdadeiros motivos que nos transformaram nisso que “estamos” hoje. Esses mitos nos revelam simbólica e metaforicamente, como esse mundo distorcido criado pela humanidade originou-se, instalou-se, desenvolveu-se e impôs-se de forma segura e crucial desde seu aparecimento. Mas, sempre tentando abordar esses mitos dentro de um escopo histórico e factual, negando todo o tipo de imaginação fantasiosa e deturpadora da real natureza humana.

São eles:

 

1-     O Pecado Original: obra crucial por apresentar o início de uma nova proposta de visão de mundo, representando de maneira simbólica como adoecemos e passamos a viver num mundo paralelo e esquizoide, nos distanciando inteiramente do mundo real, por simular toda a idealização de um ilusionismo acerca da visão que temos do todo completamente disforme e fantasiosa, típica de uma alma doente e transtornada por uma expectativa não realizada; um deja vu recorrente de todas as civilizações e culturas humanas.

 

2-    O Mito de Frankeinstein: mito bem mais atual, que narra o que aconteceu depois que fomos expulsos do “Paraiso”, apresentando de maneira alegórica o desenvolvimento de como esse “monstro” que criamos e que geramos interna e externamente, foi crescendo e tomando conta de tudo e de todos dentro de nossa mente patologicamente delirante e convalescente. Abstratamente, Frankeinstein é a representação simbólica de como o mundo é visto e interpretado pela humanidade, hoje, que como tudo detém vantagens e desvantagens e que deve ser observado atentamente .

 

Através da interpretação desses dois mitos farei uma abordagem sintetica da história da humanidade sobre esse prisma mais concreto e limpo das mistificações, divinizações e expectativas, fruto dessa visão esquizofrênica que busca explicar a realidade com personagens e situações fantasiosas e deturpadas, sob a égide de um mundo ilusório e irreal, nascido da covardia e da temeridade acerca da não aceitação de seu próprio e único destino. Como se tal aberração imaginativa mudasse o rumo de nossa natureza originária e de nosso papel enquanto membros constituintes desse infinito inatingível à alçada de nossa compreensão consciencial.

Pretendo voltar nossa visão para nossa verdadeira natureza, sem grandes apoteoses carnavalescas, dantescas e espetaculares, ou quaisquer outros mundos pós-morte. Aceitando a vida com começo, meio e fim, sem grandes vôos ou outros tantos delírios. Sem negar a realidade, mas aceitando-a e retornando ao seu convívio como fragmento do todo e não mais como primogênito único e verdadeiro protagonista, papel que não nos cabe, enquanto criaturas e parte dessa pletora que nos envolve, nos alicia e nos guia. Apenas e tão somente o cotidiano mortal, finito de um dia após o outro e nada mais; e, isso já é tanto, que por si só basta como peças funcionais dessa grande e incalculável engrenagem universal que nos envolve e nos integra no todo.

Apenas trabalhando com elementos concretos, constatáveis e acessíveis à todas as pessoas proponho demonstrar que todo o conceito nada mais é do que um artifício criado pelo ser humano para sua sobrevivência. Que conceitos como Verdade, Deus, Eternidade, etc. são instrumentos imaginários que servem apenas como muletas existenciais, gerados pela mente humana e que de verdadeiro não tem nada além de sua funcionalidade estrutural e mantenedora da existência humana. Tudo não passa de mentira, simulação, distorção e indução, ferramentas necessárias para a manutenção da raça e que, quando passa a ser imposta à maioria como única verdade, passa a escravizar, manipular e subjugar a parte engendrada fazendo mal e estagnando àqueles que vivem sob suas leis e princípios.

Percebi que existia uma sequência lógica que deveria ser respeitada, um verdadeiro roteiro dentro dessa linha metafísica que sempre nos foi imposta. Primeiramente, Deus criou o mundo, o homem e tudo o que existe. Em seguida, com a divinização do homem, ele passa a ocupar o lugar de Deus e cria o mundo humano, caricaturado por Frankinstein, “imagem e semelhança de seu criador”.

Nas próximas postagens daremos continuação a esse tema. Qualquer comentário, dúvida, informação, etc., remetam para que possamos dialogar acerca do tema.

Abraços cordiais!!!

 

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