Filosofia do possível

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sábado, 28 de fevereiro de 2015

PARTE V - O CONHECIMENTO


O CONHECIMENTO

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            O que havia de tão proibitivo naquele fruto que era totalmente censurado a todas as partes constituintes da Criação? Por que o Criador, de maneira tão rígida e peremptória, restringia e vedava o acesso de todos àquela árvore tão misteriosa e obscura?

            A resposta só se sucedeu depois que Adão e Eva realizaram um ato gravíssimo de insubordinação e de desobediência nunca antes praticado até então: degustaram o tal fruto proibido!

            A partir daquele instante a espécie humana passaria por uma mudança radical na sua maneira de ser e de se relacionar com o seu entorno.

            O principal componente responsável por tamanha transformação, originário de tal fruto, era nomeado de “conhecimento”. Esse alucinógeno natural, de grande potencialidade e durabilidade, foi o principal agente causador da incrível alteração psico-mental sofrida por toda a espécie humana desde então.

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            Com a ingestão do conhecimento o ser humano obteve o dom da “criação”. Esse poder advindo e adquirido por sua falta foi, na verdade, uma forma disfarçada que o homem inventou para tentar driblar e mascarar suas incertezas, temores e, principalmente, sua insignificância como parte mortal, participativa e funcional na composição do todo.

            Com o advento do conhecimento o ser humano imaginou que conseguiria se insurgir contra sua situação, almejando a possibilidade de ascender ao mesmo status do seu criador.

            Pena que toda essa “revolução” tenha ocorrido apenas e tão somente nos seu imaginário febril e esquizóide. Na realidade anterior, no Paraíso natural, nada havia mudado; tudo continuava dentro da sua normalidade e funcionalidade original. Em suma, todas essas pseudo-transformações aconteceram e continuaram ocorrendo somente em sua mente delirante, em nenhum outro lugar.

            O que o homem chamava de “criação”, não era nada mais, nada menos que transformações e alterações do estado dos objetos trabalhados. Nada se criava nem se destruía; tudo apenas passava por transformações; pois a parte não podia criar nada de novo no todo.

            Assim, se fizermos uma comparação com grandes personagens ficcionais da nossa literatura mundial, poderemos constatar que a partir da invenção do conhecimento, o homem se transformou num Dom Quixote patológico, utópico, depressivo e demagógico. Um sonhador estático, sem identidade própria e sem rumo certo. Um ser infeliz por não aceitar sua condição natural e in natura de ser criatura, parte e fragmento.

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            Conhecer algo é chegar à sua mais ínfima essência; é apreender sua verdade total. Ter uma visão plena e vasta do objeto estudado como um todo.

            Tal exercício é inteiramente impossível de acontecer com o ser humano. Uma fração não tem como atingir tal nível de compreensão e entendimento das coisas. Como algo confinado, inconstante e parcial pode conhecer? Como o limitado pode assimilar e apreender o ilimitado? Nunca!

Sendo assim, o conhecimento é naturalmente inatingível e intangível para toda a espécie humana. É algo que foge inteiramente de sua alçada e que, por isso, escapa de todas as suas possibilidades enquanto criatura auxiliar e coadjuvante de todo esse processo criacional, do qual é partícipe.

 

Seguindo essa linha de raciocínio fica notório constatar porque o mito do Pecado Original é tão inverossímil de ter ocorrido da forma que nos foi narrado. Mesmo que o ser humano tivesse entrado em contato e ingerido o tal fruto proibido, nada teria acontecido a ele, visto que tal instrumento é infinitamente superior e mais poderoso que as possibilidades e a capacidade estrutural e mental de toda a espécie humana.

O conhecimento exige e comporta essa potencialidade descomunal em comparação a quaisquer das partes componentes. É algo só viável àquele que foi o responsável pela criação, construção e pelo funcionamento do todo. Só o criador comporta tal ferramenta de entendimento e compreensão, nenhum outro pode carregar tal carga.
 
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Eis o mistério da Fé!!! Acreditar que pode atingir mais do que pode “carregar”!!! Delírios de uma mente doente e monstruosa!!!

Abraços e cumprimentos a todos

Fernando Manarim

 

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