TODOS SOMOS UM POUCO ESQUIZOFRÊNICOS
SEGUNDA PARTE
Para
compreendermos a origem dessa "esquizofrenização" da raça humana,
principal responsável por essa crise existencial avassaladora, elegi empregar
como principais referências, dois mitos importantes e iconográficos, de épocas
diferentes, mas que ilustram e caracterizam de maneira clara e original os
verdadeiros motivos que nos transformaram nisso que “estamos” hoje. Esses mitos
nos revelam simbólica e metaforicamente, como esse mundo distorcido criado pela
humanidade originou-se, instalou-se, desenvolveu-se e impôs-se de forma segura
e crucial desde seu aparecimento. Mas, sempre tentando abordar esses mitos dentro de um escopo histórico e
factual, negando todo o tipo de imaginação fantasiosa e deturpadora da real
natureza humana.
São
eles:
1- O
Pecado Original: obra crucial por apresentar o início de uma nova proposta
de visão de mundo, representando de maneira simbólica como adoecemos e passamos
a viver num mundo paralelo e esquizoide, nos distanciando inteiramente do mundo
real, por simular toda a idealização de um ilusionismo acerca da visão que
temos do todo completamente disforme e fantasiosa, típica de uma alma doente e
transtornada por uma expectativa não realizada; um deja vu recorrente de todas
as civilizações e culturas humanas.
2- O Mito de Frankeinstein: mito bem
mais atual, que narra o que aconteceu depois que fomos expulsos do “Paraiso”, apresentando
de maneira alegórica o desenvolvimento de como esse “monstro” que criamos e que
geramos interna e externamente, foi crescendo e tomando conta de tudo e de
todos dentro de nossa mente patologicamente delirante e convalescente. Abstratamente,
Frankeinstein é a representação simbólica de como o mundo é visto e
interpretado pela humanidade, hoje, que como tudo detém vantagens e
desvantagens e que deve ser observado atentamente .
Através
da interpretação desses dois mitos farei uma abordagem sintetica da história da
humanidade sobre esse prisma mais concreto e limpo das mistificações,
divinizações e expectativas, fruto dessa visão esquizofrênica que busca
explicar a realidade com personagens e situações fantasiosas e deturpadas, sob
a égide de um mundo ilusório e irreal, nascido da covardia e da temeridade acerca
da não aceitação de seu próprio e único destino. Como se tal aberração
imaginativa mudasse o rumo de nossa natureza originária e de nosso papel
enquanto membros constituintes desse infinito inatingível à alçada de nossa
compreensão consciencial.
Pretendo
voltar nossa visão para nossa verdadeira natureza, sem grandes apoteoses
carnavalescas, dantescas e espetaculares, ou quaisquer outros mundos pós-morte.
Aceitando a vida com começo, meio e fim, sem grandes vôos ou outros tantos
delírios. Sem negar a realidade, mas aceitando-a e retornando ao seu convívio
como fragmento do todo e não mais como primogênito único e verdadeiro
protagonista, papel que não nos cabe, enquanto criaturas e parte dessa pletora
que nos envolve, nos alicia e nos guia. Apenas e tão somente o cotidiano
mortal, finito de um dia após o outro e nada mais; e, isso já é tanto, que por
si só basta como peças funcionais dessa grande e incalculável engrenagem
universal que nos envolve e nos integra no todo.
Apenas
trabalhando com elementos concretos, constatáveis e acessíveis à todas as
pessoas proponho demonstrar que todo o conceito nada mais é do que um artifício
criado pelo ser humano para sua sobrevivência. Que conceitos como Verdade,
Deus, Eternidade, etc. são instrumentos imaginários que servem apenas como
muletas existenciais, gerados pela mente humana e que de verdadeiro não tem
nada além de sua funcionalidade estrutural e mantenedora da existência humana. Tudo
não passa de mentira, simulação, distorção e indução, ferramentas necessárias
para a manutenção da raça e que, quando passa a ser imposta à maioria como
única verdade, passa a escravizar, manipular e subjugar a parte engendrada
fazendo mal e estagnando àqueles que vivem sob suas leis e princípios.
Percebi
que existia uma sequência lógica que deveria ser respeitada, um verdadeiro
roteiro dentro dessa linha metafísica que sempre nos foi imposta.
Primeiramente, Deus criou o mundo, o homem e tudo o que existe. Em seguida, com
a divinização do homem, ele passa a ocupar o lugar de Deus e cria o mundo
humano, caricaturado por Frankinstein, “imagem e semelhança de seu criador”.
Nas
próximas postagens daremos continuação a esse tema. Qualquer comentário,
dúvida, informação, etc., remetam para que possamos dialogar acerca do tema.
Abraços
cordiais!!!