Filosofia do possível

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terça-feira, 24 de março de 2015

O MITO DE FRANKENSTEIN - PARTE III - UM “PAI” AUSENTE

O MITO DE FRANKENSTEIN
PARTE III
UM “PAI” AUSENTE


Continuando a análise do Mito de Frankenstein em comparação com o mito do Pecado Original, duas alegorias que se remetem ao tema da criação, como já foi discorrido na postagem anterior, passaremos a investigar a trama após-criação, ou seja, o que aconteceu depois que a “criatura” foi gerada.
O primeiro tópico que nos chama atenção é o fato que tanto o Monstro como Adão, foram concebidos numa faixa etária adulta. Eles não tiveram infância, adolescência, nem nenhuma outra fase de desenvolvimento existencial. São seres sem passado, sem história, sem identidade pré-estabelecida. São seres alijados do poder crescer, que perderam parte da sua história, e portanto, de sua evolução natural. Sem mãe, sem referências, sem nenhum tipo de possibilidades de tentativas e erros. Ou pelo menos, essa era a cobrança subliminar por parte do Criador, que eles já estivessem prontos, acabados e maduros para a vida e tudo que ela exige. É não considerar a importância que a experiência têm no aprendizado e na formação do ser vivo. É atropelar o ritmo natural da vida, uma atitude improvável de um ser que é o responsável pelo fruto que foi gerado. É negar a responsabilidade e o compromisso autoral perante toda sua obra. Uma exigência paradoxal e absurda que não condiz com o patamar que esperamos por parte de seres criacionais, entes absolutos e supremos, muito além de tudo o que estamos acostumados a ver por sermos mortais e falíveis por natureza. Falta de sensibilidade, de profundidade e de tato por parte de quem é onipotente, onisciente e onipresente, como nos é relatado pelos autores dos dois mitos aqui analisados. De novo, algo inverossímil, irracional, fantástico e inaceitável, a não ser por mentes adestradas, escravizadas e acostumadas a acatar o que os ditos “superiores” hierarquicamente proclamam, em outras palavras “mentes de fé”.


Então, por que o Criador, seja no papel de Dr. Frankenstein seja no papel de Deus, esperou tanto de uma criatura que acabara de nascer? Por que gerou tanta expectativa de um ente que não tinha nenhuma noção da realidade? Por que foi tão exigente e inflexível com algo que acabara de ser gerado e que ainda não tinha nenhum tipo de clareza ou conhecimento do todo? Qual a verdadeira razão desses mitos, completamente surreais e contraditórios no seu enredo estrutural, que distorcem as estórias por algum tipo de interesse oculto e manipulador?
Toda essa estupidez divina, toda essa rigidez acéfala, tinha como principal meta se livrar da responsabilidade autoral do ser gerado. O Criador, caprichosamente, queria se desvencilhar do “erro” que havia cometido. Como não gostou do que compôs, frivolamente resolveu dar as costas a seu “filho”. Atitude covarde e infantil, por parte daquele que concebeu, mas que agora se arrependeu e que como uma avestruz agoniada, acredita que basta cobrir seus olhos que estará a salvo das consequências de seus atos. Tanto o Dr. Frankenstein como o Deus do Gênesis, abandonaram sua cria à própria sorte, sem nenhum tipo de remorso ou dor na consciência. Foram viver sua vida, unicamente porque não apreciaram o fruto por ele gerado. Algo cruel, frio, abominável e imperdoável. Sua pusilanimidade foi tão marcante que abandonou sua cria no mundo sem nenhum tipo de auxílio ou ajuda para sua sobrevivência. Acreditava que assim ele não resistiria e morreria, o livrando de sua culpa e incapacidade.
Agora uma pergunta que se faz necessária para podermos auferir a proporção da atrocidade causada por esses criadores: Qual a diferenciação existente entre essa atitude e de uma mãe que abandona seu filho recém-nascido no lixo, numa madrugada fria numa metrópole? Se compararmos essas duas atrocidades, a da mãe que abandona sua cria no lixo ainda é mais crível e passível de explicação do que a do Criador, seja em Frankenstein ou no Pecado Original, que desiste de sua cria por não aceitar o que gerou.
            Esse é o segundo ponto a ser analisado no Mito de Frankenstein, ou seja, a figura do “Pai ausente”, do Criador que renega a criatura, dando-lhe às costas, expulsando-o da sua vida, simplesmente porque não aceita o resultado de sua obra.


            E, notem que tanto Frankenstein quanto o Deus crstão, tiveram a mesma atitude perante seu ”filho”. Um fugiu e o outro o expulsou, ambos por razões menores e espúrias, pretexto para se livrar da sua falta de habilidade na modelação e desenvolvimento de uma vida.

            Que história bonita, que ensinamento divino e de compaixão. Eis o que os religiosos clamam. Só mentes torpes e doentias podem concordar com tamanhas sandices e perversidades. Qual o verdadeiro propósito de tais delírios atrozes e aterrorizantes, que nos são impostos a todo momento e em toda a história? Qual a moral que se quer passar? Que tipo de homens se quer formar? Que tipo de contrato social se efetua de mitos como estes que estamos analisando?


            Eis o que iremos discorrer na próxima abordagem acerca do Mito de Frankenstein.
Congratulações

Fernando Manarim

quinta-feira, 19 de março de 2015

O MITO DE FRANKENSTEIN - PARTE II


O MITO DE FRANKENSTEIN

PARTE II
 
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            Como foi salientado na postagem anterior, o mito de Frankenstein tem como tema principal a criação da vida, tema similar ao mito do Pecado Original, anteriormente analisado. E, é exatamente por isso que esse mito foi escolhido, pois nosso objetivo é demonstrar que não só esses dois mitos, como todos os mitos que tem como foco principal o tema da criação, são similares, já que dentro de seu momento histórico, narram a mesma trama e querem comunicar o mesmo tipo de moral da estória, o mesmo “modelo a ser seguido” peremptoriamente.  Nossa proposta é apresentar as similaridades de conteúdos e de objetivos que tanto o Mito do Pecado Original como o Mito de Frankenstein, trazem em seu bojo. E em um segundo momento, podermos tirar conclusões através do como, do por que e onde eles querem chegar através de tais artimanhas astuciosas, nos ludibriando e nos levando aos erros sem nunca nos deixar enxergar o que se oculta desses véus tão cheios de segundas intenções.
 
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Começaremos analisando a questão da criação em si. Como foi gerado o “Monstro”, no mito escrito por Mary Shelley? A criatura nasceu da mente de um cientista prepotente e obstinado, que acreditava ser capaz de realizar qualquer coisa, até mesmo criar vida, não qualquer vida, mas, especialmente de seres evoluídos, semelhantes à raça humana, ou seja, semelhantes ao “Pai”. Imagem e semelhança com aquele Deus do Gênesis, prepotente, arrogante e acima de tudo e de todos. Tanto o Dr. Frankenstein quanto o Deus Criador da Bíblia, apresentam, dentro de suas particularidades, a mesma característica de personalidade, já que representam o mesmo personagem dentro dessa narrativa criacional. São poderosos, inteligentes, obstinados; como afirmam na bíblia, seres “oniscientes, onipotentes e onipresentes”, qualidades inventadas e impossíveis de se constatar por qualquer ser vivo que habite nosso planeta. Aqui a intenção essencial é criar uma aura de perfeição e infinitude que os absolve e os coloca acima de qualquer julgamento, acima do bem e do mal, seres que ultrapassaram o estágio humano, daí a coroa divinatória que lhes cobre a cabeça. Pelo menos essa é a primeira intenção dos autores do Gênesis e de Frankenstein. Por serem criadores não podem ser avaliados pelas criaturas e com isso ganham status de uma soberania perfeita, única e eterna, podendo até “escrever certo por linhas tortas”, frase dogmática de um descalabro irracional e ilógico que chega a ferir mentes com um mínimo de inteligência autonomia.
 
 

Uma segunda característica a ser salientada é que para criar a vida, ambos empregaram materiais similares, de substâncias amorfas e de feições diversas ao produto gerado. Frankenstein se utilizou da mistura de diversos cadáveres para poder gerar seu “monstro”; narrativa semelhante ao que o Gênesis nos contou quando afirmou que Deus criou vida através de matéria inócua e sem vida que ele encontrou no Universo. Tanto um quanto outro são artífices criativos que podem transformar coisa morta em algo novo e vivo, barro em vida, o nada em tudo. De novo, a supervalorização do personagem do Criador, pois lhe dão um caráter e uma importância descomunal de infalibilidade e potencialidade infinitas e mágicas, como se só eles pudessem atingir tal nível, ou como se isso fosse possível a um ser naquele momento que tais “milagres” foram realizados . Tudo isso no campo da imaginação e do delírio de pessoas mal intencionadas, com finalidades de dominação e controle da maioria, inventando estórias com o intuito de enquadra-las através dos medos, frustrações, angustias e de sua ignorância. Sempre gerando culpas, dívidas morais, insatisfações; negações e agravando o quadro das pessoas até que entrem num quadro de esquizofrenia, fazendo com que essa maioria amedrontada deixe de ver e de viver a realidade, o presente possível, o cotidiano com plenitude e sem nenhum tipo de disformidade imaginária para lhe desviar a atenção de cada instante. Sempre acorrentados ao passado ou com medo do futuro, fruto de um adestramento compulsivo e irreal. Resultado de culpas inatas, próprias dos seres humanos, sempre, como numa prosa kafkiana, réus de um crime já sentenciado e sem nenhuma chance de defesa. Culpados de serem como são, vítimas de um crime que eles não cometeram, por não serem criadores mas antes criaturas, resultados ao invés de produtos, restos de uma equação que nunca bate, que nunca zera e que nunca se resolverá.

            Outro fator a ser destacado é que o Dr. Frankenstein para dar vida ao Monstro, se utilizou de energia elétrica gerada através de enguias. De novo, um símile similar a passagem do antigo testamento que diz que através da Luz Deus gerou vida no Universo. Novamente, um ser que domina e emprega ao bel-prazer os materiais disponíveis, um artífice perfeito e criativo que sujeita a natureza a seus caprichos e desejos. O poder infinito de quem tudo pode e tudo vê, falácias e mais falácias que somente mentes doentes e distantes da realidade podem se deixar envolver. Só quem usa fé, quem emprega a crença como principal ferramenta de vida, acaba prisioneiro de sua ignorância. E só os ignorantes podem ser manipulados e dirigidos facilmente, já que não conseguem entender por si mesmos o que realmente se passa à sua frente. São cegos com visão, porque simplesmente se negaram a enxergar. Por costume e por comodidade, abdicaram de pensar por si mesmos, ficando reféns de quem lhes cobrem o sentido das coisas, condição parecida com o que Hegel afirmava ao dizer que o escravo aceitava tal condição por si mesmo, ou seja, ele era escravo por escolha e não apenas por uma imposição violenta de quem o escravizara.
 
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            Eis o que representam os mitos da criação: tramas inventadas por mentes mal intencionadas, que sabem como controlar e manipular a maioria do populacho, inocente, temeroso e ignorante. Tudo isso com o objetivo de tirar vantagem e se eternizarem no ápice da sociedade.

            Continuaremos a análise do Mito de Frankenstein na próxima postagem.

Felicidade a todos!

 

Fernando Manarim

sexta-feira, 13 de março de 2015

O MITO DE FRANKEINSTEIN - PARTE I


        O MITO DE FRANKINSTEIN

            PARTE I

 

Introdução

            Escolhi essa alegoria como modelo ilustrativo da história humana “pós-Pecado Original”, ou seja, depois do surto de esquizofrenia sofrido pela espécie desde então. Metaforicamente, tal mito, um dentre tantos de mesma abordagem, descreve sucintamente “como” e “o que” ocorreu com o homem quando este resolveu contrariar e se rebelar contra seu destino de “coadjuvante” na trama criacional.  Perceba que o mito sempre se repete, mudando apenas o nome dos personagens principais e a trama adaptada ao momento histórico a que se refere.

 

O Enredo
 
 

            O mito relata a estória de um aficionado e devotado cientista, que deslumbrado com toda a potencialidade inerente a ciência, ficou completamente ensandecido, buscando a criação da vida.

            Para tanto, passou de maneira obstinada, experienciando com todos os materiais possíveis e prováveis da época: cadáveres, fragmentos de animais e plantas, energias, como a elétrica e a eólica, e todo o tipo de conhecimento adquirido e acumulado pelos homens até aquele momento.

            De toda essa mixórdia, depois de inúmeras tentativas, ele conseguiu realizar o maior de todos os sonhos da humanidade; conseguiu conceber um ser vivo, criou a vida, passou de semidivino à deus.

            Realizado, já que alçou o voo mais alto que uma parte poderia alcançar, se auto intitulou “Criador”; e, em seguida, ‘divino e imortal’, passou para um segundo momento, o de observar o ser que havia originado.

Não lhe deu nada, nem nome, nem vestimentas, nem alimento, nem formação, nem condições para sua subsistência no sistema social que foi inserido.
 


            Em troca, a criatura passou a lhe chamar de “Pai”, por esse seu papel em relação à sua condição de cria do tal cientista. O monstro, essa espécie de Adão da modernidade, como Frankenstein lhe chamava, ficou completamente à deriva, sem nenhum tipo de amparo, cuidado ou amor. Sem saber o porquê de tal situação, foi abandonado por seu criador, como se ele próprio tivesse culpa por haver aparecido. Teve que se virar sozinho, sempre se sentido culpado, sempre se sentindo um infrator, um criminoso, um pecador, e sempre correndo atrás de seu criador, “seu Pai”, em busca de seu perdão, de seu amor e de acreditar inocentemente que um dia será alçado à posição de Criador.

            Eis de novo a esquizofrenização do ser, que ama seu verdugo, por idealizá-lo como algo perfeito, justo, virtuoso e imortal. Delírios de uma mente deturpada pelo sofrimento, pela injustiça e pelo desamparo desde sua criação.

            Na próxima postagem continuaremos a analisar esse mito tão importante para o homem moderno.

Abraços

Fernando Manarim

sábado, 7 de março de 2015

PARTE VI - CONHECIMENTO HUMANO: A ARTE DA MANIPULAÇÃO


O CONHECIMENTO HUMANO: A ARTE DA MANIPULAÇÃO

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            Como já salientamos anteriormente, o conhecimento humano é parcial, subjetivo e tendencioso. Reflexo do ser humano, também é dividido, limitado e funcional-pragmático. Em suas alucinações utópicas, os homens creram ou foram levados a acreditar que um dia alcançariam o conhecimento total e, através dele, evoluiriam ao patamar máximo de “Criador”.

Tal engodo nos foi inculcado pelo sistema através de toda uma rede de lendas, mitos e histórias integradas e unidas entre si. Seu principal objetivo era nos desviar radicalmente de nossa verdadeira natureza, para com isso exercer plena e completa hegemonia. Sendo assim, fomos direcionados exclusivamente para servi-lo e mantê-lo vivo operando. Ao invés de sermos fiéis à nossa constituição e origem inata, ficamos cegos, sem rumo e inertes. A partir desse instante passamos a viver num mundo onírico-virtual ilusório e enganoso, onde para alcançarmos algum destaque e notoriedade deveríamos agir contra os outros e, inclusive, contra nós mesmos; manipulando, enganando, traindo e explorando em nome do “Nosso Senhor O Sistema”; algo não humano, desumano, ameaçador, estranho e abissal.

O conhecimento foi, então, a ferramenta ideal gerada pelo sistema para obter sucesso nessa sua empreitada ditatorial. O conhecimento humano foi e continua sendo o instrumento mais potente e poderoso na arte da manipulação alienatária da humanidade em geral. Quem o detém e o impõem se destaca e passa a controlar, dominar e conduzir todos os demais; mesmo que ao comandar nunca o faça por vontade ou causa própria, mas antes, cumprindo ordens superiores, verdadeiros algoze e soberanos desse mundo imaginário, fruto da doença psíquica humana.

Esse conhecimento adquirido de maneira inescrupulosa, relatado no mito do Pecado Original, sempre nos forçou a negar o que somos, a aparentarmos o que não nos é natural, apenas e tão somente para a manutenção do sistema, algo artificial, irreal e por isso um desvio de rota da realidade.
 
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Perdidos, iludidos e órfãos por escolha própria, acabamos por nos tornar reféns de nosso delírio irresponsável, escravos de nossa própria mentira. Eternos “Frankeinsteins” depressivos, desfigurados, infelizes e monstruosos por negarmos e, por isso, desistirmos de nosso verdadeiro destino.

Faz-se necessário acordarmos desse pesadelo interminável e reassumirmos nosso papel e posto dentro do todo. Só assim voltaremos a ser e não a estar como nos encontramos desde nossa apocalíptica derrapagem existencial.

A pergunta fundamental a se fazer e que até hoje continua a nos desafiar cutucar, é a seguinte: “Ser ou não ser, eis a questão”!!!

Esse mito do Pecado Original é repetido em todas as civilizações, sejam elas antes ou depois de Cristo. Sua estrutura é universal como modelo de adestramento e manipulação de pessoas. Muda-se o nome da linguagem utilizada num momento histórico, como religião, filosofia, política, arte ou ciência, mas a estrutura para alcançar o controle social é sempre o mesmo.
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É exatamente esse ponto que vamos discorrer nas próximas postagens, analisando o mito de Frankenstein, verdadeira Gênesis da Ciência Moderna.

Até mais

 

Fernando Manarim